
As Rosas falam do Amor pelo Divino
Todas as flores são belas, mas as Rosas nos atraem especialmente. A Rosa tem algo enigmático que se desdobra lentamente à medida que vai se revelando na abertura de cada pétala. Ela é bela no botão, bela entreaberta, bela desabrochada! A Mãe, especialmente sensível ao encanto das flores, relacionou a Rosa ao Amor pelo Divino. Suas diferentes cores e tipos representam, segundo ela, maneiras de amar e se entregar ao Divino.

Como a Mãe entende o Amor
A Mãe nos diz que o Amor é a fonte do Universo e o poder que une a manifestação ao seu Criador. O amor está na origem de tudo que existe. Tudo começa, se mantém e se desenvolve pela força do amor. Ele é o centro a partir do qual a vida desabrocha como pétalas de uma rosa em um processo infinito.
O amor une partículas, células, pessoas, sistemas. Une especialmente a Criatura ao Criador.

O amor na visão de Sri Aurobindo
Para Sri Aurobindo amor é gratuito, e nos faz, sentir, comungar e alegrar com o Divino que existe em todas as coisas.
“O amor é a única emoção em nós que pode ser totalmente sem motivo, autoexistente; o amor não precisa ter outro motivo senão o amor… e pelo amor podemos entrar diretamente na posse do Ser divino.”
The Mother. The Spiritual Significance of Flowers. Part I. Sri Aurobindo Ashram, Pondicherry, India. p.48. Tradução livre.
O amor é uma força espiritual e para o autor entregar-se mais e mais ao Amor é o caminho mais direto para a unidade com o Divino.

O amor divino se esconde no amor humano
Sri Aurobindo descobriu que atrás do amor humano se esconde misteriosamente o amor Divino, e que no amor humano encarnado pode manifestar-se o Divino sem formas, reunindo de modo inexplicável a Matéria e o Espírito, Deus e o Homem.
“Pois existe, escondido atrás do amor individual, obscurecido por sua figura ignorante, um mistério que a mente não pode apreender, o mistério do corpo do Divino, o segredo de uma forma mística do Infinito da qual só podemos nos aproximar através do êxtase do coração e da paixão, do sentido puro e sublimado. Sua atração é o chamado do divino Flautista, a compulsão do Todo-Belo, que só pode ser apreendida por meio de um amor e anseio ocultos, que ao final torna-se a Forma e o Sem Forma, e identifica Espírito e Matéria. É isto que, aqui na escuridão da Ignorância, o espírito busca no Amor, e é o que encontra quando o amor humano individual se transforma no amor do Divino Imanente encarnado no universo material.”
Ídem p.50

Amor e comunhão
Há no amor puro uma transcendência que nos ultrapassa e conduz ao outro em uma atitude de encanto, admiração, respeito e proximidade. Pouco importa se ele for – adulto, criança, vegetal ou animal – no amor ocorre um momento em que a alma nos supera. Neste momento a alma se curva e reconhece a beleza e a grandeza do outro e realiza um abraço invisível que produz em nós o sentimento de comunhão e unidade.
Podemos descobrir em nossa vida o encanto de amar o Divino em todos os seres. Seremos então como as rosas que vivem, segundo a Mãe, para expressar seu Amor pelo Divino.
Links
Por último, listamos alguns textos sobre as qualidades divinas das flores já publicados em nosso blog:
Aprender com a espontaneidade das flores
Uma flor chamada Sachchidananda
Você também pode se interessar pelo trabalho da Casa Sri Aurobindo.